A vitamina D é é fundamental para a absorção do cálcio e para a formação óssea. Ela anda na moda, tanto na mídia como nos consultórios, devido à crescente importância dada à saúde óssea, e especialmente graças a pesquisas que a relacionam a proteção contra diabetes, doenças cardiovasculares, doenças auto-imunes e câncer, além de efeitos antiinflamatórios e aumento da imunidade. Além disso, a dosagem dos níveis de vitamina D no sangue se popularizou nos últimos anos, permitindo o diagnóstico da sua deficiência, encontrada em cerca de 50% da população brasileira!
O Dr Marcelo Lima, endocrinologista do CEG, tira suas dúvidas sobre a vitamina D:
1) Quais as fontes de vitamina D?
Você sabia que a vitamina D é, na verdade, um hormônio? Ele é fabricado na pele, por estímulo dos raios solares ultra-violeta (UVB), e depois ativado no fígado e nos rins.
A matéria-prima é o colesterol, ou seu equivalente vegetal (ergosterol). Além disso, pequenas quantidades de vitamina D vem dos vegetais e de gorduras animais, como laticínios, gema de ovo, peixes, fígado... Entretanto, não há alimentos cujo maior consumo seja suficiente para repor a vitamina D.
2) Como pode haver deficiência de vitamina D num país tropical?
Na vida moderna não há tempo para expor-se ao sol no dia-a-dia. E o uso de protetor solar, cada vez mais frequente, inclusive em cosméticos, impede a formação da vitamina D. Entre os idosos, a deficiência supera 70%, pois a pele diminui a capacidade de fabricar vitamina D e muitos nem saem de casa.
3) Mas se eu tomar sol sem protetor solar, não corro o risco de ter câncer de pele?
Para previnir a deficiência de vitamina D, bastam 10 a 20 min de sol, pelo menos 3x/semana, de bermuda e camiseta, sob o sol mais fraco, antes das 10h da manhã. Assim, é improvável desenvolver câncer de pele.
4) Estou protegido se tomar polivitamínicos e suplementos de cálcio+ vitamina D?
Não. As quantidades de vitamina D nesses produtos é (ou deveria ser) a mínima para manter os níveis de vitamina D (400 a 800 UI/dia), mas não para corrigir uma deficiência.
5) Então, quais as doses recomendadas para corrigir a deficiência de vitamina D?
Para se atingir níveis acima de 30 ng/ml (considerado o nível necessário pra manter a saúde óssea), é preciso ingerir 1500 a 2000 UI de vitamina D ao dia. Em caso de tratamento da deficiência de Vitamina D, são necessárias doses diárias de 6.000 UI/dia até que sejam atingidos os niveis adequados ou doses semanais de 50.000UI, por 6 a 8 semanas. Entretanto, o tratamento deve ser individualizado e orientado por especialistas, entre os quais o endocrinologista.6) Meu médico falou para eu tomar cuidado com a reposição de vitamina D, pois pode causar danos aos rins e calcificação dos vasos sanguíneos? Isso é verdade?
As evidências atuais sugerem que a vitamina D é segura e pode proteger os rins e o sistema cardiovascular. A confusão ocorre pois o cálcio (e não a vitamina D), na forma de suplementos (como o carbonato de cálcio), pode facilitar a formação de pedras nos rins em algumas pessoas, e há uma controvérsia sobre um potencial risco de calcificação das artérias com o uso desses suplementos de cálcio. A vitamina D favorece a absorção do cálcio presente da alimentação, o que pode diminuir a necessidade de suplementos de cálcio. Em alguns casos, a vitamina D pode aumentar um pouco o cálcio na urina, o que pode ser monitorado pelo médico.
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