Cientistas de Nova Iorque anunciaram nesta segunda-feira (28/04) o uso da tecnologia de clonagem para produzir células-tronco embrionárias contendo genes de uma mulher com diabetes tipo 1, e transformando-as depois em células beta, produtoras de insulina, que poderiam ser usadas, no futuro, para curar a doença.
Os pesquisadores transplantaram o núcleo das células retiradas da pele da mulher em óvulos humanos, que tiveram seus núcleos removidos anteriormente. Por meio de um pulso elétrico, o óvulo começa a se dividir até formar um blastocisto, um estágio primitivo do embrião formado por cerca de 150 células, de onde se extraem as células-tronco, as quais induziram para que se tornassem células beta, contendo o DNA do doador do tecido.
Denominada de transferência nuclear de células somáticas (ou SCNT, na sigla em inglês), a técnica é utilizada na pesquisa terapêutica, mas também é o primeiro passo da clonagem e foi empregada para criar a ovelha Dolly.
As células-tronco embrionárias - células neutras, primitivas, capazes de se desenvolver e dar origem à maior parte das células de tecidos especializados do corpo - são consideradas uma fonte potencial para a reposição de órgãos danificados por doenças ou acidentes.
A clonagem evita o controverso uso células-tronco de embriões obtidos por fertilização. Por outro lado, há um temor sobre os limites éticos das pesquisas de clonagem, antevendo-se um futuro em que bebês humanos serão clonados ou embriões insensivelmente criados e destruídos em pesquisas.
Este não é o primeiro estudo a criar células-tronco dessa forma, mas foi o primeiro a utilizar células retiradas de uma pessoa adulta com o objetivo de produzir células específicas para tratamento.
A mesma equipe tinha, anteriormente, produzido células beta com um método semelhante, mas utilizando óvulos com seus núcleos ainda intactos, resultando em células-tronco com três conjuntos de cromossomos que não poderiam ser usados terapeuticamente. Com o novo método, as células-tronco originadas continham os habituais pares de cromossomos. Entretanto, as células beta produzidas no estudo não podem ainda ser usadas em terapias.
Leia a matéria na Revista Nature: http://go.nature.com/KpbvGz
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